"ATENÇÃO - Etapa realizada em julho de 2011, no verão e foi realizada ao revés, de Rates ao Porto em direção à Fátima, no início seguindo as setas amarelas ao contrário, passando a seguir as setas azuis no território português. Mas, não importando a direção, todo o trajeto é conhecido como Caminho Português Central e assim está descrito!"
Inicia-se uma nova etapa, o Caminho Português Central se aproxima cada vez mais a fronteira com a Espanha. Mais duas etapas e o peregrino já adentra a região da Galícia rumo à Catedral de Santiago de Compostela.
Em Tamel, se o peregrino não tiver comprado nada para o pequeno-almoço poderá utilizar uma das vending-machines no saguão do albergue, que em 2011 estavam bem provisionadas e não tive problema no café da manhã.
Dependendo do horário de saída, o peregrino poderá encontrar o bar próximo aberto e tomar algo mais substancioso antes de partir, caso contrário encontrará apenas no centro da vila de Tamel ou no próximo povoado.
A etapa de aproximadamente 26 quilômentros, com ascendências e descedências constantes, poderá ser realizada em 7 horas, dependendo da disposição do peregrino e das paradas para descanso.
É claro que não há pressa em chegar a Ponte de Lima, local onde se tem bastante oferta de camas, 60 no albergue de peregrinos, que está sempre melhorando as suas instalações para receber os caminhantes.
O Caminho Português Central nessa etapa segue por estradas de acesso local, asfaltadas e estreitas, passando por muitas Quintas, Igrejas e morros, a paisagem é em sua maioria rural, passando pelas pequenas vilas de vez em quando.
Assim o peregrino segue em direção ao centro de Tamel e se tiver sorte pode visitar a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, recebendo assim a benção de início de etapa.
Um quilômetro de caminhada e o Caminho cruza com a M-543 até chegar a N-204 e seguir pela M-549, voltando para as estradas locais, segue-se por mais dois quilômetros até encontrar com a M-549-1, onde encontra-se um bar-café e descanso para os primeiros cinco quilômetros.
Dois quilôemtros à frente encontra-se a Ponte das Tábuas (séc. XII), onde curiosamente é descrita na 'WWW' como medieval e romana, vai saber!?
Continuando a caminhada chega-se facilmente a N-308, onde ao atravessar o peregrino chega a localidade de Balugães, com restaurante e alojamento disponíveis, além de poder visitar por fora a igreja de São Martinho de Balugães.
Ao sair do pequeno povoado, o peregrino cruza a fronteira entre Braga e Viana do Castelo, cruzando mais uma vez a N-204 e com mais quatro quilômetros na mochila chega-se na Casa da Fernanda, albergue de peregrinos.
Onde jacinto e Fernanda acolhem desde 2004 na sua casa os peregrinos que ali chegam cansados, antes a acolhida era gratuita, agora através de donativos, pois a procura tem sido muito grande.
Quando passei por ali em 2011 ao revés, fui convidado a ficar por ali, mas como havia saído de Ponte de Lima cedo, não havia razões de encerrar a etapa tão cedo. Quem sabe em outra oportunidade!
Dois quilômetros à frente o peregrino atravessa a localidade de Valinhas, onde também se encontra hospedagem e restaurante.
Seguindo mais dois quilômetros chega-se a Vitorino dos Piães, onde é possível visitar a Igreja da localidade e encontrar outra opção de alojamento da etapa, um pequeno hostel local.
Um quilômetro a frente chega-se a Portela, onde novamente o caminhante encontra opção de hospedagem no estilo turismo rural, antes de chegar novamente a N-204 e seguir por uma pequena trilha entre bosque.
Encontra-se outra opção de hospedagem na Quinta de Albergaria, um pouco no meio do nada, mas com as mordomias de um pequeno hotel no meio da natureza.
O Caminho Português agora segue por senda solitária entre as Quintas até chegar ao povoado de Anta, é claro que nesse intervalo ainda há algumas opções de hospedagem e um café para descanso.
Em Anta é possível visitar a pequena Capela de São Caetano antes de seguir viagem, pois já não resta muito para s chegar nos arredores de Ponte de Lima, menos de 4 quilômetros, para baixo e praticamente em linha reta.
Ao chegar na Capela de Nossa Senhora das Dores o peregrino pode ter certeza que a etapa está no final e já é possível ver a ponte nova cobrindo a antiga mais ao longe, ambas atravessando o Rio Lima.
A chegada se faz por uma pequena Ecovia, com bastante verde ao redor e o som do rio ao fundo. A vontade de parar e ficar por ali é grande, mas as surpresas que Ponte de Lima reservam são muitas, então é melhor seguir adiante.
A parte central e antiga da cidade é de muita beleza e rica, há muitos bares e restaurantes com vista para o rio e a noite por ali é agitada.
Não só de peregrinos se vive em Ponte de Lima e a cidade é inundada por turistas, principalmente no verão!
Logo na entrada o peregrino é saudado pela Torre da Cadeia Velha e logo em seguida pela Torre de São Paulo, com a Igreja da Misericórdia entre as duas.
Dependendo do horário, o peregrino já pode parar por ali uns instantes, para se refrescar, descansar e apreciar o visual antes de atravessar a antiga ponte medieval sobre o rio Lima.
Muitos monumentos interessantes são expostos nesse entorno, em homenagem a população local e sobre as lendas antigas.
Seguindo alguns metros sob a ponte, chega-se ao albergue de peregrinos de Ponte de Lima, que fica por trás da Igreja de Santo Antonio.
A acolhida ali é sempre calorosa, com mimos para os peregrinos e instalações de primeira qualidade. Quando estive aí em 2011, tive uma das melhores experiências das minhas andanças até aquele momento.
O alojamento ficava no segundo andar do prédio com a vista para o outro lado da cidade e ao som do rio. Como não havia muita gente no albergue e o dia estava chuvoso, aproveitei ao máximo para descansar naquele local.
Próximo ao albergue é possível encontrar um restaurante para jantar, ou se o peregrino preferir pode utilizar as dependências do albergue para fazer a própria comida.
Enfim, chega-se ao final de mais uma etapa, tranquila e bem estruturrada, com bastante opção de descanso e com pouco fluxo de veículos, pois as estradas locais são pouco utilizadas.
O que o peregrino começará a ver que daqui para frente o Caminho Português de Santiago se aproxima cada vez mais da Espanha e as rotas começam a se encontrar, principalmente os trechos alternativos.
O fluxo de peregrinos, que seguem do Caminho da Costa e do Interior vindos de Braga, começa a aumentar, mas uma coisa é certa, não haverá problemas com os alojamentos, mesmo na Espanha.
Antes de dormir, o peregrino pode ir visitar a pequena Capela do Anjo da Guarda que fica em frente ao Rio Lima, fazer uma oração pedindo proteção para as próximas etapas que estão por vir!
Falta pouco agora, menos de 150 quilômetros até a Catedral de Santiago de Compostela, ou se preferir 5 dias de caminhada!
Próxima etapa... Tui! Bienvenidos a España!