Caminho de Santiago de Compostela - Etapas do Caminho Português, etapa do Porto à Rates

Caminho Português Central:

Caminhos:

Fotos da etapa:

Vista panorâmica do miradouro da Catedral da Sé do Porto.

Fachada da Catedral da Sé, Porto, não esqueça de carombar a credencial!.

Pelourinho da Catedral da Sé na praça do miradouro.

Vista da cidade do Porto em frente a Catedral da Sé.

Aqui começa mais uma etapa do Caminho Português de Santiago.

Igreja e Torre dos Clérigos, Cidade do Porto.

Igreja Paroquial do Carvalhido - Diocese do Porto.

Ponte Férre sob a Rua Souto - Caminho Alternativo.

Capela de Nossa Senhora do Bom Despacho - Caminho Alternativo.

Caminho Português de Santiago, entre Quintas de boas vistas!

Placa de Boas-Vindas em São Pedro de Rates.

Após o jantar compartilhado no albergue fomos agraciados com uma típica Queimada Galega!

Porto à Rates - 37 km.

"ATENÇÃO - Etapa realizada em julho de 2011, no verão e foi realizada ao revés, de Rates ao Porto em direção à Fátima, no início seguindo as setas amarelas ao contrário, passando a seguir as setas azuis no território português. Mas, não importando a direção, todo o trajeto é conhecido como Caminho Português Central e assim está descrito!"

A cidade do Porto é a segunda maior de Portugal, conhecida mundialmente pelo seu vinho, pelas suas pontes, arquitetura contemporânea e antiga, e claro, pelo seu centro histórico, classificado como Património Mundial pela UNESCO.

Ou seja, é fácil o peregrino se perder diante de tantos turistas e pontos de interesses, difícil mesmo é encontrar as setas amarelas a partir da Catedral da Sé, local onde muitos peregrinos iniciam o seu Caminho rumo à Catedral de Santiago de Compostela.

Após carimbar a Credencial do Peregrino no interior da Catedral da Sé, o peregrino também tem a opção de carimbá-la na Oficina de Turismo que fica logo ali ao lado, e nem perca tempo perguntando sobre as setas amarelas, pois certamente as atendentes não saberão responder esta questão.

Mas, depois de visitar o Porto algumas vezes, observei que o Caminho de Santiago segue naturalmente o percurso das Igrejas em seu centro histórico.

Ao sair da Catedral da Sé o peregrino desce a ladeira em direção à Igreja de Santo Antônio dos Congregados, virando a esquerda já é possível ver a Torre e a Igreja dos Clérigos.

Ao parar defronte a Torre dos Clérigos o peregrino já consegue ver a igreja do Carmo no final da rua a sua direita, ao chegar a Igreja é possível ver a primeira seta amarela, timidamente pintada no poste ao lado da Igreja.

A partir daqui já é possível encontrar facilmente a sinalização padrão das setas amarelas percorrendo as ruas da cidade.

Mas, para os que querem seguir o traçado original, deve ficar esperto para encontrar as setas amarelas e pegar à esquerda na Rua de Mouzinho da Silveira (apontado no Google Maps).

Outra questão polêmica no Porto é encontrar albergue destinado aos peregrinos.

Já existe na cidade um Albergue de Peregrinos que não é exclusivo para peregrinos, necessário efetuar reserva antecipada se quiser se alojar ali, pois sempre estão cheios, principalmente no verão!

Há também outras opções bem mais peregrinas, uma delas e a qual utilizei por duas vezes, é o albergue de peregrinos do Seminário de Vilar, uma casa simples destinada só para os peregrinos, com cozinha e uma bela vista para desfrutar, carece um pouco de limpeza, mas é um bom lugar para se descansar, principalmente para os que já estão na estrada desde Lisboa.

Travessia da N-13 pelo Caminho Alternativo.

Outra opção também e da qual também desfrutei, é o Albergue de Peregrinos N.Sa. da Hora, um pouco distante do centro, mas, com um verdadeiro espírito acolhedor de peregrino, pois, mesmo que todas as camas estejam ocupadas os hospitaleiros disponibilizam barracas individuais para serem montadas no gramado interior do albergue.

Gostei muito dessa experiência e do convívio com os peregrinos que encontrei ali, haviam muitos quando me alojei ali em julho de 2017, gratidão pela hospitalidade recebida!

Pra chegar nesse albergue, pode-se pegar o VLT e descer na estação N.Sa. da Hora e caminhar uns 100 metros até o albergue, há uma seta amarela em frente a estação indicando a direção do albergue.

Opções de hospedagem turísticas não faltam no Porto, principalmente no seu centro histórico, onde se localizam a maioria dos albergues privados.

Resolvido o problema de pernoite, o peregrino poderá se focar nas setas amarelas, que seguem praticamente em linha reta em direção à Leça do Balio, 10 km desde a Sé.

Alguns não gostam de atravessar este primeiro trecho do Caminho Português Central pelas ruas do Porto, mas como todos os Caminhos que percorri, não há como evitar passar por um grande centro urbano.

Meu conselho é desfrutar a caminhada, observando com os olhos de turista esse trecho urbano, afinal quando o Caminho passa por um grande centro turístico o peregrino também se transforma em uma grande atração e de alguma forma há sempre uma surpresa aguardando.

Ouvi dizer que alguns recorrem aos autocarros (ônibus) até Vila do Conde, mas acho difícil acreditar peregrinar desse jeito, ainda mais difícil reencontrar as setas amarelas. Enfim, caminhos!

Aconselho realizar essa etapa como treino, para os que estarão iniciando a primeira etapa, assim o corpo vai se acostumando com a mochila, os pés vão se adaptando ao calçado e o peregrino pode se adaptar aos primeiros sinais do corpo.

A paisagem urbana é predominante até os Bombeiros Voluntários de Vila do Conde, a partir daí o Caminho segue entre bosques e Quintas, vezes por trilhas, vezes por estradas apertadas e onde não há calçada para caminhar.

Mais uma vez devo reforçar a necessidade de se caminhar na mão contrária ao fluxo de carros e usando preferencialmente colete refletor, pois é comum haver acidentes envolvendo os pedestres nestas estradas.

Há de se fazer necessário citar que o motorista acostumado com as estradas locais acabam excedendo um pouco o limite de velocidade permitida, passando por muitas vezes muito perto dos caminhantes.

Placa de Boas-Vindas em São Pedro de Rates!

Chegando na Igreja do Araújo em 'Araújo', o peregrino tem a opção de seguir em frente ou pegar o Caminho Alternativo à direita num traçado que segue a Ecovia do Maia e que aumenta em 400 metros a etapa.

Este percurso além de um pouco mais longo, coloca o peregrino em perigo desnecessário para atravessar a N-13, pois tem-se que passar por cima da mureta de proteção que divide as vias, num local de pouca visibilidade e alta velocidade dos carros. Infelizmente, foi esse o trecho que percorri em 2011 e que não recomendo!

Continuando em frente, o peregrino chega rapidamente em Vila do Conde, onde tem a opção de descansar este primeiro trecho de caminhada num dos cafés da localidade, além de repor a água do seu cantil, comprar suprimentos na farmácia local e visitar a Igreja Paroquial de São Gonçalo.

Seguindo adiante, o Caminho Português ainda continua por ruas e estradas asfaltadas, o que influencia muito na caminhada, pois se o dia for de muito sol, o asfalto quente poderá afetar os pés do peregrino, então esta é a hora de verificar se há algum ponto de vermelhidão nos pés para proteção com Compeed e trocar as meias, é recomendável.

Não há muita alteração na altitude na etapa, o máximo que o peregrino atinge neste trecho são 160 metros ao longo do percurso.

A paisagem repetitiva, o percurso plano e com muitos pontos de apoio de bares até Vairão, faz com que esta etapa seja definida até esta localidade, visto que Vairão tem albergue de peregrinos com a capacidade de 50 camas.

Normalmente, este trecho de 28 km pode ser feito em seis horas e com grande facilidade, ou seja, se o peregrino optar sair do Porto às 8h chegará prontamente às 14h em Vairão, horário de abertura do albergue.

Para aqueles que decidirem seguir adiante, são mais 10 km até Rates, ou mais duas horas de caminhada!

Não há muita diferença no Caminho, mais uma vez caminha-se em asfalto entre Quintas e pequenas plantações, alguns desvios para algum pequeno bosque, mas nada muito relevante.

As opções de alojamentos neste trecho são muitas, pois além da importância que o Caminho Português atingiu nos últimos anos, movimentando a economia da região, alguns proprietários de Quintas transformaram suas casas em pequenos hotéis rurais, aumentando ainda mais as opções de hospedagem para o caminhante.

Para aqueles que gostam de visitar as Igrejas enquanto caminham, nem sempre será possível visitar o interior delas, mas a variedade de estilos que o peregrino encontra no Caminho Português é enorme, do contemporâneo ao romano e realmente impressiona!

Há também trechos bem preservados de pontes e Igrejas romanas, mostrando o legado e influência dessa antiga civilização em Portugal, com algumas pontes intactas e o peregrino pode ter certeza que ainda há muito para se ver adiante.

Chegando em Rates, o peregrino encontra além do albergue de peregrinos, a Igreja Românica de São Pedro de Rates, a Capela de Santo Antônio, bares, restaurantes e uma dúvida!